Resposta de Cascudo quando o classificavam de “folclorista”:
“Faço questão de ser tratado por esse vocábulo que tanto amei: professor. Os jornais, na melhor ou na pior das intenções, me chamam folclorista. Folclorista é a puta que os pariu. Eu sou um professor. Até hoje minha casa é cheia de rapazes me perguntando, me consultando.”
*grifo meu
Em 30 de dezembro de 1898, nascia na cidade do Natal, Rio Grande do Norte, o professor, historiador, advogado, antropólogo e jornalista Luis da Câmara Cascudo, que hoje, se vivo fosse, estaria completando 112 anos. Cascudo faleceu em 30 de julho de 1986, também em Natal.
Para homenagear o ilustre mestre Câmara Cascudo trago um texto de Carlos Drummond de Andrade, um vídeo de Pedro Bersi, e algumas fotos.
Imagem de Cascudo
Carlos Drummond de Andrade
— Já consultou o Cascudo? O Cascudo é quem sabe. Me traga aqui o Cascudo.
O Cascudo aparece, e decide a parada. Todos o respeitam e vão por êle. Não é pròpriamente uma pessoa, ou antes, é uma pessoa em dois grossos volumes, em forma de dicionário que convém ter sempre à mão, para quando surgir uma dúvida sôbre costumes, festas, artes do nosso povo. Êle diz tintim-por-tintim a alma do Brasil em suas heranças mágicas, suas manisfestações rituais, seu comportamento em face do mistério e da realidade comezinha. Em vez de falar Dicionário Brasileiro poupa-se tempo falando “o Cascudo”, seu autor, mas o autor não é só dicionário, é muito mais, e sua bibliografia de estudos folclóricos e históricos marca uma bela vida de trabalho inserido na preocupação de “viver” o Brasil.
Agora, mandam dizer de Natal que vão comemorar os 50 anos de atividades culturais, os 70 anos de idade de Luís da Câmara Cascudo, o que é de inteira justiça. Bater palmas ficou muito sem sentido, depois que, na televisão, artistas se aplaudem a si mesmos, fingindo que aplaudem os acompanhantes ou o público, êste último convidado perenemente a aplaudir tudo e a todos. O govêrno auto-aplaude-se, imitando o nôvo costume, e o Brasil parece uma festa... encomendada. Vamos esquecer o convencionismo publicitário, diante das comemorações a Cascudo. Êste fêz coisas dignas de louvor, em sua contínua investigação de um sentido, uma expressão nacional que nos caracterize e nos fundamente na espécie humana.
Lendo agora o vasto documento de Joaquim Inojosa sôbre O Movimento Modernista em Pernambuco (também dois tomos em véspera de quatro), vou encontrar o jovem Luís da Câmara Cascudo, nos longes de 1925, tangendo a lira nova. Não é surpresa para mim, que o saiba poeta modernista, não arrolado por Bandeira em sua antologia de bissextos. Em carta que Inojosa reproduz (seu livro contém, muita coisa que vale a pena conhecer, como retrato intelectual dos anos 20), o futuro autor da Geografia dos mitos brasileiros manda-lhe dois poemas modernistas para serem publicados no Recife. Eram de um livro que em Agôsto se chamava Bruaá e em Novembro do mesmo ano passaria a intitular-se Caveira no campo de trigo. Nunca se editou êsse livro. O poeta Cascudo permaneceria inédito, sufocado pelo folclorista e historiador.
Êste cronista sabia da fase poética de LCC por haver recebido dêle, eram eras remotas, um Sentimental epigrama para Prajadipock, Rei do Sião, um reino “governado em francês”. Como também lhe conhecia êstes Lundu de Collen Moore, que marca suas preferências nativistas sôbre os mitos importados de Hollywood, é bem típico do nosso modo de dizer em 1929:
Os olhos de Collen Moore
olhos de jabuticaba
grandes, redondos, pretinhos...
mais porém
são olhos de americano,
meu-bem.
Eu sempre prefiro os seus,
meu bem!
Olhos de ver no cinema,
só lembra a gente espiando
e depois é se esquecendo,
meu-bem.
Eu sempre prefiro os seus,
meu-bem!
Ôlho de gente bem branca
que não mora no Brasil
fala fala atrapalhada,
meu-bem,
é ôlho de terra boa
mas porém
eu sempre prefiro os seus.
Meu-bem!...
Tocando o verso inicial pela prosa, Cascudo não abandonou “mais porém” a poesia. Em sua paixão de brasileirista, vista-a no lendário, nas tradições, na espiritualidade primitiva e lírica de nosso pessoal. E registra-a com êsse amor de tôda uma vida fiel à sua terra e sua gente.
Carlos Drummond de Andrade é Carlos Drummond de Andrade (1902-1987). Este texto foi escrito em 1968 e em sua reprodução foram respeitadas as regras de acentuação então vigentes.
Ontem, último domingo do ano, rolou mais um Rock Vinho, reunião de pessoas aficionados por rock’n roll, que acontece há 26 anos. Foi um dia inteiro de música, bate papo, muita bebida, comida e um visual bucólico.
Um encontro que reúne vários grupos e que se renova a cada ano com a participação da molecada, num intercâmbio importantíssimo para a continuidade do evento.
Encontro e reencontro de amigos, o evento propicia, também, a oportunidade de novas amizades.
ABDON E VALDINHO
DAVID E EURÍDICE
ROSENILSON, VANDO E ARINALDO
EURÍDICE E CAMILA
(*) JOCA, EURÍDICE E VALDECI
(**) DA ESQUERDA PARA A DIREITA: VALDECI, MARÍLIA, IOLANDA, ARINALDO, MI, VALDINHO E JOCA
À frente do Rock Vinho temos o incansável Arinaldo que além de emprestar o espaço, é o produtor executivo da festa, que conta, ainda, com o auxilio luxuoso de Nilson Elói e Wladimir, o Mi, no comando do som.
ARINALDO
NILSON ELÓI E SUA FLAUTA IMAGINÁRIA
VLADIMIR (MI)
FOTOS: VALDECI DE OLIVEIRA, EXCETO (*) ARINALDO E (**) EURÍDICE
Amanhã (26/12) estará rolando em Mipibu, mais um Rock Vinho, é o vigésimo sexto ano desse evento inusitado.
Este tipo de evento, salvo engano, é único no Estado. É um dia muito especial para os amantes do rock’n roll. Momento de encontrar e reencontrar amigos. Tomar um vinho ou uma cerveja. Bater um bom papo. E ouvir muito rock.
No ano passado em comemoração aos 25 anos do evento fomos brindados com a apresentação da Hardwind. Vejam alguns momentos abaixo:
A BANDA HARWIND
OS AMIGOS
DA ESQUERDA PARA DIREITA: NORTON, LUCIANO, TININHA, MOISÉS, CAMILA, EURÍDICE
CAMILA E EURÍDICE
DA DIREITA PARA ESQUERDA: MOISÉS, RENNIÊ, ARINALDO, ERI, VALDECI, BANZAI, NORTON, LAMARQUE
FOTOS: VALDECI DE OLIVEIRA, EXCETO A ÚLTIMA DE EURÍDICE
Navegando sem grandes pretensões pela Internet acabei me deparando com alguns filmes antigos de bandas, cantores, compositores nacionais e internacionais bem interessantes. Resolvi então publicar alguns, que são verdadeiras relíquias.
O primeiro vídeo que encontrei foi o da lendária banda de progressivo da década de 70, SOM IMAGINÁRIO. No vídeo a formação é, na batera, o super Robertinho Silva; no violão Tavito; no baixo Luis Alves, o Luisão; na guitarra Frederyco, o Fredera, um dos maiores guitarristas que vi tocar; no piano e órgão, o memorável maestro Wagner Tiso e para completar essa maravilhosa banda o inesquecível Zé Rodrix (falecido em 22/05/2009), no órgão e vocal. Passaram, também, pela banda os músicos: Laudir de Oliveira, Nivaldo Ornelas, Toninho Horta e Naná Vasconcelos.
O Som Imaginário foi criado para acompanhar o cantor e compositor Milton Nascimento. A banda lançou três LP’s (Long Play), o primeiro é de 1970, intitulado Som Imaginário, o segundo disco é de 1971, também com o nome da banda, o terceiro e na minha opinião, o melhor, chamou-se Matança do Porco de 1973.
Tive a satisfação de vê-los tocar algumas vezes no Rio, os caras eram verdadeiros monstros, uma banda inesquecível.
O filme é do programa da antiga TV Tupi, chamado Ensaio de 1970, a produção é de Fernando Faro. A música executada é “Feira Moderna” de Beto Guedes e Fernando Brant, que faz parte do primeiro disco.
O vídeo tem algumas falhas de áudio, mas vale a pena vê-lo por seu valor histórico.
Outras pérolas virão, aguardem.
DISCOGRAFIA:
SOM IMAGINÁRIO (1970)
FAIXAS:
1. Morse (Wagner Tiso - Tavito - Zé Rodrix)
2. Super god (Zé Rodrix)
3. Tema dos deuses (Milton Nascimento)
4. Make believe waltz (Mike Renzi - Zé Rodrix)
5. Pantera (Frederyko - Fernando Brant)
6. Sábado (Frederiko)
7. Nepal (Frederiko)
8. Feira moderna (Beto Guedes - Fernando Brant)
9. Hey man (Tavito - Zé Rodrix)
10. Poison (Marco Antônio - Zé Rodrix)
SOM IMAGINÁRIO (1971)
FAIXAS:
1. Cenouras (Frederyko)
2. Você tem que saber (Chico Lessa - Márcio Borges)
3. Gogó (O alívio rococó) (Frederyko - Wagner Tiso)
4. Ascenso (Frederyko - Fernando Brant)
5. Salvação pela macrobiótica (Frederyko)
6. Uê (Chico Lessa - Márcio Borges)
7. Xmas blues (Frederyko)
8. A nova estrela (Frederyko - Wagner Tiso)
Olá amigos, estamos chegando a mais um final de ano, momento de festas, confraternizações e alegria e isso é ótimo, mas, também, creio ser momento de reflexão. Vivemos num mundo no qual o amor e o respeito ao próximo parece não ter mais importância nenhuma e isso é péssimo. Mas como diz o poeta, não devemos parar de sonhar, o sonho é que nos move e nos traz a esperança de uma civilização mais harmônica, que respeite a diversidade.
Paz, saúde, respeito e harmonia. Viva a Arte e a Cultura.
Um abraço a todos e a todas que acompanham este blog.
Valeu.
Valdeci de Oliveira
Abaixo uma maravilhosa composição do grande poeta Gonzaguinha.
A cidade de São José de Mipibu respirou cultura e arte nesse fim de semana.
OBRA DE LUIS GALDINO
ARTE MIPIBUENSE NA CÂMARA
Na sexta-feira (17) foi aberta ao público a exposição de artes plásticas com vários artistas mipibuenses. O vernissage aconteceu no salão da Câmara Municipal e contou com muitos convidados, entre eles o prefeito em exercício Arízio Fernandes, o presidente da Câmara Kéricles Alves e o presidente da Associação Cultural Cajupiranga Amauri Freire.
A exposição traz uma pequena amostra de obras concebidas por novos artistas como os jovens Cleiton Galdino e Cleibson Galdino, Rogério Silva, Keliane Veruska, Rossine Holanda, Tássio Guilherme e outros mais experientes como José Estelo e Luis Galdino.
O evento faz parte do Projeto Câmara Cultural que tem a frente o vereador Kéricles Alves.
A abertura da exposição teve ainda a apresentação dos músicos Geridson e Jonathan.
O CERIMONIAL
AMAURI FREIRE (PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO CAJUPIRANGA), NICODEMOS (FUNDAÇÃO MIPIBU DE CULTURA), KERICLES ALVES (PRESIDENTE DA CÂMARA E IDEALIZADOR DA CÃMARA CULTURAL), ARÍZIO FERNANDES (PREFEITO EM EXERCÍCIO) E JOÃO MARIA FREIRE (SECRETÁRIO MUNICIPAL - GABINETE)
OS ARTISTAS
ROGÉRIO SILVA
CLEITON GALDINO
CLEIBISSON GAUDINO
ROSSINE HOLANDA
KELIANE VERUSKA
LUÍS GALDINO
TÁSSIO GUILHERME
JOSÉ ESTELO
OS CONVIDADOS
EURÍDICE, LÍGIA E KARINA DA ASSOCIAÇÃO CAJUPIRANGA
AS OBRAS
OS MÚSICOS
GERIDSON E JONATHAN
A PRAÇA É DO POVO
No sábado (18) a praça foi literalmente do povo. Foi realizado na Praça Monsenhor Paiva o IX Festival de Cultural Popular, iniciativa da Associação Cultural Cajupiranga com o apoio cultural do Projeto Câmara Cultural.
O evento contou com várias apresentações culturais. O Festival foi aberto pelo quarteto de violões da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, que proporcionou ao grande público um belíssimo concerto.
A seguir apresentaram-se os grupos de danças do Instituto Chico Antônio da cidade de Pedro Velho, o grupo de Côco de Roda de Manimbu, comunidade de São José de Mipibu. Encerrando o Festival, o grupo de Bambelô da Associação Cajupiranga de São José de Mipibu botou todo mundo prá dançar.
Foi uma bonita festa, que contou com um público eclético formado por crianças, jovens e idosos, que cantaram e dançaram animadamente, numa noite atípica na cidade de Mipibu, tão carente em manifestações culturais desse porte.
QUARTETO DE VIOLÕES DA ESCOLA DE MÚSICA DA UFRN
GRUPOS DE DANÇA DA FUNDAÇÃO CHICO ANTÔNIO (PEDRO VELHO)
CÔCO DE RODA DE MANIMBU
BAMBELÔ (ASSOCIAÇÃO CAJUPIRANGA - SÃO JOSÉ DE MIPIBU)
EM PÉ: RONALDO, ÂNGELA, KARINA, DÁRIO, MAXWELL, NILSON, GILSON, AGACHADOS : VALDECI, EURÍDICE E MARCOS.
FOTOS: VALDECI DE OLIVEIRA, EXCETO A ÚLTIMA DE JAQUELINE