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quarta-feira, 31 de março de 2010

31 de março de 1964, NUNCA MAIS




Nesta data há 46 anos dava-se início a um episódio que mudaria e marcaria a vida de muitos brasileiros, o Golpe Militar de 1964. Para os militares, Revolução de 1964. No dia 31 de março de 1964 os militares derrubaram o governo do presidente do João Goulart , conhecido também como Jango, instalando uma ditadura que perduraria por 21 anos.
Jango, então vice-presidente, havia assumido o governo brasileiro depois que Jânio Quadros, no mesmo ano de sua posse (1961), renunciou à presidência da República.
Foram anos difíceis, nos quais, os direitos políticos e civis, praticamente, não existiam. A repressão aos que se opunham aos militares era violenta. Este período foi marcado ainda, por uma forte censura aos meios de comunicação.

Abaixo a listagem dos presidentes militares nesse período de exceção:


Governo Castelo Branco (1964-1967)

Governo Costa e Silva (1967-1969


• Em 13/12/1968 foi decretado o Ato Institucional nº 5 (AI 5), que aposentou juízes, cassou mandatos, acabou com as garantias do Habeas-corpus, aumentou a repressão militar e policial.
Junta Militar (31/08/1969 – 30/10/1969)

• Formada por: Aurélio Lira Tavares (Exército)
                         Augusto Rademaker (Marinha)
                         Márcio de Souza Melo (Aeronáutica)


Governo Garrastazu Médice (1969-1974)

• Período considerado como o mais repressivo da ditadura, conhecido como “ANOS DE CHUMBO”.

Governo Ernesto Geisel (1974-1979)

Governo João Figueiredo (1979-1985)

• Decretado a Lei de Anistia, concedendo o retorno ao país de políticos, artistas e outros brasileiros exilados e condenados por crimes políticos.

Este breve relato é para não deixar cair no esquecimento este período negro de nossa história, no qual passei toda minha juventude e de que não tenho nenhuma saudade. É também para que não deixemos NUNCA MAIS isso acontecer.

segunda-feira, 29 de março de 2010

O "BOLACHÃO" VOLTOU

                                         Valdeci Lima



Ontem (28/03/2010) um grupo de amigos e apreciadores da boa música, se reuniu no sítio de Arinaldo para curtir o som do saudoso “bolachão”, Long Play (LP) ou simplesmente vinil.

Surgido no final da década de 1950, o vinil, reinou até o final da década de 1980, início da década de 1990 quando foi perdendo espaço paulatinamente para o compact disc (CD).

Foi um dia de bom papo, cerveja gelada e o melhor, muito som. Pudemos fazer aquele ritual de tirar o vinil da capa e depois do plástico, escolher a faixa e com todo cuidado deixar o “braço” da pick-up (toca disco) deitar suavemente sobre os sulcos do disco. E as capas dos discos? É um prazer à parte curtir os detalhes de fotos, desenhos, algumas, verdadeiras obras de arte. Tocou-se de tudo um pouco, progressivo, pop rock, MPB, nem a chuva que caiu no final da tarde atrapalhou, improvisou-se uma tenda, e continuamos curtindo aquele ambiente de altíssimo astral.

Enfim, um dia inesquecível e para ser repetido com mais frequência.

Abaixo algumas fotos desse dia.

                                 Valdeci Lima
O GRUPO
                               Valdeci Lima
ALGUNS VINIS
                            Valdeci Lima
A CHUVA CHEGANDO
                              Valdeci Lima
CAI A NOITE

segunda-feira, 22 de março de 2010

DIA MUNDIAL DA ÁGUA


                          Valdeci Lima
Em 22 de março de 1992 foi instituído pela ONU (Organização das Nações Unidas) o Dia Mundial da Água, nessa ocasião foi divulgado a “Declaração Universal dos Direitos da Água”.

Como sabemos dispomos somente de 0,008% da água potável no planeta. Desse percentual grande parte encontra-se poluída, contaminada pelas ações irresponsáveis do homem.

O Dia mundial da Água que ora se comemora, deveria ser um momento para se festejar esse bem natural imprescindível à vida, mas, infelizmente, não temos o que comemorar, pois poluímos rios, lagoas e fontes, além de usarmos indiscriminadamente a água limpa.


Assim sendo, devemos aproveitar esse dia para refletirmos sobre o que estamos fazendo com a água do planeta. Cada um de nós deve tomar para si a responsabilidade pela sua preservação e uso racional. Abaixo a Declaração Universal dos Direitos da Água.


Art. 1º - A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos.

Art. 2º - A água é a seiva do nosso planeta.Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º - Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º - O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º - A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º - A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º - A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

terça-feira, 16 de março de 2010

DIA MUNDIAL DO TEATRO DO OPRIMIDO

Augusto Boal

Mais de 70 países comemoram hoje (16/03) o Dia Mundial do Teatro do Oprimido, data de nascimento do criador do Teatro do Oprimido, o teatrólogo Augusto Boal (1931-2009). Esta data é comemorada desde 2008.
Segundo Boal “O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espect-atores'.”
Está localizado no Rio de Janeiro o Centro de Teatro do Oprimido (CTO), que foi fundado em 1986 por Boal, que também o dirigiu até seu falecimento em maio de 2009.
Apesar de existirem inúmeros grupos e centros de estudo sobre o Teatro do Oprimido espalhados pelo mundo apenas o CTO do Rio de Janeiro é reconhecido como ponto de referência mundial da metodologia.
Em Natal a comemoração acontece no Campus Avançado da Cidade Alta do IFRN (Av. Rio Branco 743, centro de Natal), a entrada é franca, veja abaixo a programação
- Manhã
10h - Oficina

- Tarde
15h - Abertura com palavra do Curinga do CTO, seguido da abertura da Exposição
16h - Palestra
17h30 - Lançamento do livro A Estética do Oprimido, de Augusto Boal
18h - Vídeos comentados pelo Curinga

- Noite
19h - Apresentação Teatro-Fórum
20h - Show musical

segunda-feira, 15 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DE DEFESA DO CONSUMIDOR



Hoje, 15 de março, comemora-se o Dia Internacional de Defesa do Consumidor, esta data é uma homenagem ao então presidente dos EUA, John F. Kennedy, que em 1962 enviou ao Congresso mensagem reconhecendo os direitos do consumidor.

No Brasil, a Constituição Federal de 1988, nos termos do art. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, consagra a defesa jurídica do consumidor como direito fundamental da pessoa humana.

Os direitos do consumidor estão elencados no Código de Defesa do Consumidor (CDC), Lei 8.078 de 11 de setembro de 1990, que é uma das leis mais avançadas na defesa e proteção do consumidor no mundo.


CONHEÇA SEUS DIREITOS DE CONSUMIDOR

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC):


ART. 6º – São direitos básicos do consumidor:


I – a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II – a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
III – a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
IV – a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
V– a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
VI – a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
VII – o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX – (VETADO).
X – a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.


FAÇAMOS VALER NOSSOS DIREITOS.

domingo, 14 de março de 2010

DIA DA POESIA

Encerrando as homenagens ao Dia da Poesia, trazemos o poeta maior, Carlos Drummond de Andrade (31/10/1902 - 17/08/1987). Mineiro de Itabira do Mato Grande, formado em farmácia por insistência da família pela obtenção de um diploma.  Ingressou no serviço público e em 1934 foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou em dirversos setores, sendo chefe de gabinete de Gustavo Capanema e ministro da Educação, até 1945. Drummond tem sua obra traduzida em todo o mundo. Foi durante um longo período um dos mais influentes poetas da literatura brasileira. Enfim, Drummond dispensa apresentações, é quase que uma unanimidade tanto com relação a sua obra como pelo seu comportamento como escritor.



PROCURA DA POESIA

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

Tua gota de bile, tua careta de gozo ou de dor no escuro
são indiferentes.
Nem me reveles teus sentimentos,
que se prevalecem do equívoco e tentam a longa viagem.
O que pensas e sentes, isso ainda não é poesia.

Não cantes tua cidade, deixa-a em paz.
O canto não é o movimento das máquinas nem o segredo das casas.
Não é música ouvida de passagem, rumor do mar nas ruas junto à linha de espuma.

O canto não é a natureza
nem os homens em sociedade.
Para ele, chuva e noite, fadiga e esperança nada significam.
A poesia (não tires poesia das coisas)
elide sujeito e objeto.

Não dramatizes, não invoques,
não indagues. Não percas tempo em mentir.
Não te aborreças.
Teu iate de marfim, teu sapato de diamante,
vossas mazurcas e abusões, vossos esqueletos de família
desaparecem na curva do tempo, é algo imprestável.

Não recomponhas
tua sepultada e merencória infância.
Não osciles entre o espelho e a
memória em dissipação.
Que se dissipou, não era poesia.
Que se partiu, cristal não era.

Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.

Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?

Repara:
ermas de melodia e conceito
elas se refugiaram na noite, as palavras.
Ainda úmidas e impregnadas de sono,
rolam num rio difícil e se transformam em desprezo.


Estátua de Drummond em Copacabana-RJ

sábado, 13 de março de 2010

DIA DA POESIA III

Hoje trazemos o poeta Antônio Gonçalves da Silva, nascido em 05 de março de 1909 na cidade de Assaré (Ceará), o nome mais importante da cultura popular nordestina. É, estamos falando de Patativa do Assaré, grande poeta, de linguagem simples, também compositor e improvisador, escritor de cordéis, mas nunca se considerou um cordelista. O apelido de Patativa adevem do canto de um lindo pássaro. Compositor de uma obra prima na minha humilde opinião, "A triste partida" gravada pelo não menos genial Luis Gonzaga. Escreveu vários livros e inúmeros poemas, faleceu em  08 de julho de 2002.






Aos Poetas Clássicos


Poetas niversitário,
Poetas de Cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia;
Se a gente canta o que pensa,
Eu quero pedir licença,
Pois mesmo sem português
Neste livrinho apresento
O prazê e o sofrimento
De um poeta camponês.

 
Eu nasci aqui no mato,
Vivi sempre a trabaiá,
Neste meu pobre recato,
Eu não pude estudá.
No verdô de minha idade,
Só tive a felicidade
De dá um pequeno insaio
In dois livro do iscritô,
O famoso professô
Filisberto de Carvaio.

 
No premêro livro havia
Belas figuras na capa,
E no começo se lia:
A pá — O dedo do Papa,
Papa, pia, dedo, dado,
Pua, o pote de melado,
Dá-me o dado, a fera é má
E tantas coisa bonita,
Qui o meu coração parpita
Quando eu pego a rescordá.


Foi os livro de valô
Mais maió que vi no mundo,
Apenas daquele autô
Li o premêro e o segundo;
Mas, porém, esta leitura,
Me tirô da treva escura,
Mostrando o caminho certo,
Bastante me protegeu;
Eu juro que Jesus deu
Sarvação a Filisberto.


Depois que os dois livro eu li,
Fiquei me sintindo bem,
E ôtras coisinha aprendi
Sem tê lição de ninguém.
Na minha pobre linguage,
A minha ira servage
Canto o que minha arma sente
E o meu coração incerra,
As coisa de minha terra
E a vida de minha gente.


Poeta niversitaro,
Poeta de cademia,
De rico vocabularo
Cheio de mitologia,
Tarvez este meu livrinho
Não vá recebê carinho,
Nem lugio e nem istima,
Mas garanto sê fié
E não istruí papé
Com poesia sem rima.


Cheio de rima e sintindo
Quero iscrevê meu volume,
Pra não ficá parecido
Com a fulô sem perfume;
A poesia sem rima,
Bastante me disanima
E alegria não me dá;
Não tem sabô a leitura,
Parece uma noite iscura
Sem istrela e sem luá.


Se um dotô me perguntá
Se o verso sem rima presta,
Calado eu não vou ficá,
A minha resposta é esta:
— Sem a rima, a poesia
Perde arguma simpatia
E uma parte do primô;
Não merece munta parma,
É como o corpo sem arma
E o coração sem amô.


Meu caro amigo poeta,
Qui faz poesia branca,
Não me chame de pateta
Por esta opinião franca.
Nasci entre a natureza,
Sempre adorando as beleza
Das obra do Criadô,
Uvindo o vento na serva
E vendo no campo a reva
Pintadinha de fulô.


Sou um caboco rocêro,
Sem letra e sem istrução;
O meu verso tem o chêro
Da poêra do sertão;
Vivo nesta solidade
Bem destante da cidade
Onde a ciença guverna.
Tudo meu é naturá,
Não sou capaz de gostá
Da poesia moderna.

Dêste jeito Deus me quis
E assim eu me sinto bem;
Me considero feliz
Sem nunca invejá quem tem
Profundo conhecimento.
Ou ligêro como o vento
Ou divagá como a lêsma,
Tudo sofre a mesma prova,
Vai batê na fria cova;
Esta vida é sempre a mesma.


Patativa do Assaré





sexta-feira, 12 de março de 2010

DIA DA POESIA II

Trago hoje um poeta um tanto quanto controverso e genial, Torquato Neto. Participou do Tropicalismo juntamente com Caetano, Gil, Gal e Bethânia. Era comtemporâneo de Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos, outros grandes poetas. Suicidou-se aos 28 anos um dia após seu aniversário, em 1972.

Frase de Toquato sobre o poeta:
"Escute, meu chapa: um poeta não se faz com versos. É o risco, é estar sempre a perigo sem medo, é inventar o perigo e estar sempre recriando dificuldades pelo menos maiores, é destruir a linguagem e explodir com ela (…). Quem não se arrisca não pode berrar."


O Poeta é a Mãe das Armas


O Poeta é a mãe das armas
& das Artes em geral —
alô, poetas: poesia
no país do carnaval;
Alô, malucos: poesia
não tem nada a ver com os versos
dessa estação muito fria.

 
O Poeta é a mãe das Artes
& das armas em geral:
quem não inventa as maneiras
do corte no carnaval
(alô, malucos), é traidor
da poesia: não vale nada, lodal.

A poesia é o pai da ar-
timanha de sempre: quent
ura no forno quente
do lado de cá, no lar
das coisas malditíssimas;
alô poetas: poesia!
poesia poesia poesia poesia!
O poeta não se cuida ao ponto
de não se cuidar: quem for cortar meu cabelo
já sabe: não está cortando nada
além da MINHA bandeira ////////// =
sem aura nem baúra, sem nada mais pra contar.
Isso: ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. ar. a
r: em primeiríssimo, o lugar.


poetemos pois

quinta-feira, 11 de março de 2010

14 DE MARÇO DIA NACIONAL DA POESIA

No próximo domingo, será comemorado o Dia Nacional da Poesia. O dia 14 de março foi escolhido "Dia Nacional da Poesia", em homenagem ao poeta brasileiro Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871), data de seu nascimento. 


Castro Alves


Estaremos postando de hoje até o próximo domingo poemas de alguns dos mais renomados poetas brasileiros, versando sobre a própria poesia. O primeiro é Mário Quintana.



OS POEMAS

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso

nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...






terça-feira, 9 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DE MULHER

"Mulherão"


Peça para um homem descrever um mulherão.


Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1m e 80 cm, siliconada, sorriso colgate.
Mulheres, dentro deste conceito, não existem muitas: Vera Fischer, Sheilas Mello e Carvalho, Adriane Galisteu, Lumas e Brunas.
Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.
Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega a casa encontra um tanque lotado de roupa e uma família morta de fome.
Mulherão é aquela que vai de madrugada para fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco para buscar uma pensão de 100 reais.
Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda à sexta, e uma família todos os dias da semana.
Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento.
Mulherão é aquela que se depila, passa cremes, que se maquia, faz dieta, malha, usa salto-alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista.
Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca-os na escola, leva-os na natação, busca na natação, leva-os para cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz.
Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ela não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.
Mulherão leciona em troca de um salário mínimo, faz serviços voluntários, colhe uva, é quem opus paciente, lava roupa para fora, bota a mesa, cozinha feijão e à tarde trabalha atrás de um balcão.
Mulherão é que cria filha sozinha, quem dá expediente de oito horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação.
Mulherão é quem sabe onde cada coisa está o que cada filho sente e qual o melhor remédio para azia.
Lumas, Brunas, Carlas, Luanas e Sheilas: mulheres notas 10 no quesito lindas de morrer, mas mulherão é quem mata um leão por dia.
(desconheço autor)

                     Valdeci Lima


Feliz Dia Internacional da mulher!