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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

FUNDO DO BAÚ - NOVOS BAIANOS

Dando continuidade, como prometi, as relíquias encontradas na “rede”, trago , hoje, uma banda da década de 70 chamada Novos Baianos. A banda era formada por Galvão (letrista), Moraes Moreira (vocal e violão), Paulinho Boca de Cantor (vocal e pandeiro), Baby Consuelo (vocal e percussão), hoje Baby do Brasil, Pepeu Gomes (guitarra, viola, violão e bandolim), Dadi (baixo e violão), Jorginho (bateria, guitarra, cavaquinho, uculelê e bongô), Baixinho (bateria e bumbo) e Bolacha (bongô e percussão).

Lembro-me que quando os ouvi pela primeira vez fiquei chapado (termo da época) ou seja, maravilhado com a sonoridade, os caras faziam uma mistura, que pra época, auge do rock, era algo meio inusitado, tinha de tudo baião, choro, frevo, bossa nova e, é claro, rock.

Os caras eram pura irreverência, o que encomodou muita gente nos idos dos anos de 1970. Vivíamos sob um regime totalitário, era o auge da ditadura militar no Brasil, bem, mas isso é outra história. A banda tocou e encantou durante 10 anos (veja discografia abaixo), fez um disco em 1972, que particularmente, considero uma obra-prima, “Acabou o Chorare”, apontado pela revista Rolling Stone como um dos 100 melhores discos de todos os tempos da música brasileira.

Os shows da banda eram marcantes, havia uma interação natural entre público e plateia, que se deliciava pelo som envolvente das percussões de Jorginho, Baixinho e Bolacha, as letras de Galvão e Moraes, pela guitarra estonteante de Pepeu, pelo marcação do baixo de Dadi, pela voz inebriante de Baby e pelo carisma de Paulinho Boca de Cantor.

Outro aspecto interessante, e que merece registro, era a forma como viviam em comunidade, alugaram um sítio em Jacarepaguá/RJ ao qual denominaram “Cantinho da Vovó” e foram morar todos juntos, tipo sociedade alternativa. Uma vez um amigo do Rio, artista plástico, foi a uma festa no sítio e ficou desbundado (outro termo da época) com o que viu, sentiu e curtiu e me disse “os caras são muito doidos”.

Depois da banda desfeita cada um tomou seu rumo, Moraes Moreira, por exemplo emplacou uma carreira solo bem sucedida comercialmente, Dadi, o baixista, formou jutamente com irmão Mú, a banda A Cor do Som, Pepeu, Baby, Paulinho Boca de Cantor, também enveredaram por carreiras solo com algum sucesso, mas não na mesma proporção de Moraes Moreira.

Enfim, essa foi mais uma banda que deixou sua marca na música popular brasileira. E, quem ainda não teve a oportunidade de conhecer, sugiro que o faça. Os que já os conhecem relebrem nos vídeos abaixo o swing desse excepcional grupo.


DISCOGRAFIA
1970 – É Ferro na Boneca (RGE)
1972 – Acabou Chorare (Som Livre)
1973 – Novos Baianos F.C. (Continental)
1974 – Novos Baianos (Continental)
1974 – Vamos pro Mundo (Som Livre)
1977 – Praga de Baiano (Tapecar)
1978 – Farol da Barra (CBS)
1997 – Infinito Circular (Globo/Polydor)

FOTOS





VÍDEOS







Vídeos extraídos do filme Novos Baianos Futebol Clube, dirigido por Solano Ribeiro e gravado em 1973 no sítio Cantinho do Vovô, em Jacarepaguá.
Adaptação para suporte virtual: Daniel Côrtes

2 comentários:

  1. Adorei essa matéria sou muito fã dos novos baianos afinal eu não considero essa essência como grupo musical, vou mais longe os novos baianos era um estilo de vida muito bem resolvido

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  2. Olá Moisés, a banda era realmente excelente.
    Valeu pelo comentário.
    Valdeci

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