A última noite do Festival Literário de Pipa – FLIPIPA foi a mais longa (quatro reuniões) e a mais frequentada pelo público.
O jornalismo e as redes sociais foram a temática da primeira reunião da noite. Para discutir estes temas foram convidados o jornalista, produtor cultural, ativista ambiental e blogueiro Yuno Silva, o superintendente da Intertv Cabugi, Dirceu Sumabucuru, a jornalista e blogueira Laurita Arruda e o músico e poeta Carlos Cavalcante, o Carito.
Alguns convidados contaram suas experiências com redes sociais, como por exemplo, Laurita, que se mantém financeiramente escrevendo em seu blog “Território Livre”. Yuno contou sua experiência com blogs sociais, ele foi o criador do blog “SOS Ponta Negra”, que alertou a população sobre a construção de prédios próximos ao morro do Careca. Atualmente mantém quatro blogs na rede. Já Dirceu Simabucuru falou sobre a interatividade da tv digital e suas possibilidades no futuro. Carito expôs um divertido texto comparando os avanços tecnológicos dos anos 70 até hoje, citou aquelas telas de tiras coloridas que eram colocadas sobre as TV’s preto e branco, o que divertiu bastante Margot Ferreira, que mediava o encontro. Findou colocando que hoje, sem sair do RN, já ganhou prêmios com seu trabalho musical divulgado através da Internet.
CARITO
LAURITA ARRUDA
YUNO SILVA
DIRCEU SIMABUCURU
A segunda reunião teve como tema principal o livro de Moacy Cirne, “Dicionário do Folclore Brasileiro – uma edição desfigurada”. O autor iniciou o debate colocando sua indignação diante das alterações e mutilações que sofreu o Dicionário do Folclore Brasileiro de Câmara Cascudo, lançado pela editora Global. O debate contou ainda, com a participação do historiador e escritor Durval Muniz e pela professora universitária e biógrafa de Luis da Câmara Cascudo, Vânia Gicco, que confirmaram a posição de Cirne, complementando a ideia de que Cascudo é muito conhecido, mas, pouco lido. O debate teve como mediadora a jornalista Sheila Azevedo.
MOACY CIRNE
VÂNIA GICCO
DURVAL MUNIZ
A literatura de João Gilberto Noll foi o assunto da terceira reunião. Além do próprio Noll, estavam presentes como interlocutores a professora titular do Departamento de Letras da UFRN, Ilza Matias Souza e o professor João da Mata. Noll surpreendeu a todos com a leitura de dois trechos de seus livros, com sua voz arrastada e sofrida. O ponto alto da mesa se deu quando, interpelado sobre de que forma apresentaria um texto em que houvesse “tesão”, leu um trecho de “A fúria do corpo” utilizando o mesmo tom de voz.
JOÃO GILBERTO NOLL
ILZA MATIAS
JOÃO DA MATA
O último encontro da noite teve como convidados o romancista João Ubaldo Ribeiro e o poeta, roteirista e compositor Geraldo Carneiro, que conduziram, sem mediação, um divertido bate-papo sobre a vida de escritor. Foi um fecho com chave de ouro para o II FLIPIPA. Pudemos ver um João Ubaldo bem humorado discorrer sobre prêmios que são meras estatuetas sem direito a prêmios, sobre a importância do dinheiro na execução do trabalho do escritor, enquanto, como num bom bate bola, o amigo e interlocutor Geraldo Carneiro rebatia com boas idéias e histórias interessantes.
JOÃO UBALDO RIBEIRO
GERALDO CARNEIRO
Em suma, o Festival Literário de Pipa - FLIPIPA com essa segunda edição bem sucedida parece estar consolidado, veio para ficar. O Rio Grande do Norte entra para o seleto rol dos Estados que produzem grandes eventos literários no Brasil. O curador desse ambicioso e magnífico projeto, Dácio Galvão, está de parabéns, assim como, toda sua equipe.
DÁCIO GALVÃO, CURADOR DO II FLIPIPA
FOTOS: VALDECI DE OLIVEIRA
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