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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

FORRÓ NO MERCADO DE SÃO JOSÉ DE MIPIBU, HOMENAGEM A ELINO JULIÃO

O cantor e compositor Elino Julião será homenageado neste sábado (13) no Mercado Público de São José de Mipibu com uma apresentação do sanfoneiro Marcos Lopes (foto), idealizador do Forró da Lua. . A apresentação contará também com a participação do engenheiro Breno Sena na sanfona. Estarão presentes ainda, os poetas Bob Mota, Paulo Varela e o comunicador Riva Jr. A senhora Veneranda, viúva de Elino, o estará representando.
A apresentação está marcada para às 10h com entrada franca. O mercado público fica no centro da cidade, na praça Des. Celso Sales.

FONTE: JORNAL TRIBUNA DO NORTE



QUEM FOI ELINO JULIÃO

Aos doze anos, saiu do Seridó e veio para Natal de carona no caminhão de Artur Dias, comerciante da região. Na capital, foi morar com uma tia no bairro das Quintas. Imediatamente, procurou espaço para sua música. Na Rádio Poti, Genar Wanderlei, finalmente lhe ofereceu uma oportunidade de se apresentar no famoso programa de auditório Domingo Alegre, lá pelos idos da década de 50. Conseguiu espaço e reconhecimento. Na rádio, cantava músicas de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e outros. Sob a bêncão do padre Eymard Lérecat Monteiro, amigo da família, retomou os estudos a noite no colégio Marista.

Julião ficou em Natal por dezoito anos. Durante esse período, serviu o exército, mas logo que se libertou das forças armadas voltou para a Rádio Poti, onde conheceu Jackson do Pandeiro. O já famoso Jackson o convidou para o Rio de Janeiro, onde foi morar e trabalhar como cantor, iniciando uma parceria que rendeu grandes frutos musicais e selou uma longa amizade. Como ritmista de Jackson, se apresentou nas rádios, tvs e viajou o Brasil inteiro. Elino confessa que não foi fácil gravar no Rio de Janeiro nos anos 50. "Passei muito tempo para gravar. Naquela época dos auditórios de rádio, a gente cantava mas não gravava. Só gravava quem tinha muita sorte e cantava mais que Vicente Celestino", lembra saudoso do amigo.

Foi na casa de Jackson, que Elino começou a compor suas primeiras músicas. Gravou seu primeiro disco em 1961, na gravadora Chanticlê, que além dele, lançava simultaneamente : Noca do Acordeon, João Silva, Geraldo Nunes, Mineiro e Teixeirinha. Do grupo só Teixeirinha fez um grande sucesso com coração de luto.- O sucesso do colega o desanimou e pensou em desistir da carreira, porém Jackson o estimulou e o levou para a gravadora Phillips, por onde lançava seus discos.

Foi na Philips/Polygram, que gravou seus primeiros sucessos: Puxando Fogo e Xodó do Motorista, que logo se transformaram em verdadeiros hits. Mas antes disso, suas composições já faziam sucesso. Entre elas Rela Bucho, na voz do pernambucano Sebastião do rojão. Em função do sucesso, foi convidado para uma gravadora maior, a CBS, hoje Sony Music, permanecendo por 23 anos.

Ainda no Rio, foi contratado da extinta Rádio Tupi e da rádio Nacional. Nesta última como convidado especial, já que só se apresentavam os cantores contratados pelo governo. Em meio ao sucesso saiu da "cidade maravilhosa" e foi para São Paulo trabalhar com Pedro Sertanejo (pai de Osvaldinho do Acordeon), ficando na terra da garoa por seis anos.

Luiz Gonzaga estreou na TV Cultura o show "Chapéu de couro" e o convidou para trabalhar como ritmista, permanecendo aí por mais três anos. Vale lembrar também que o seridoense morou com o Rei do Baião e seu irmão Zé Gonzaga, conhecido como o príncipe do forró, a quem Julião não se negava a dar uma força. Elino, Jackson, Trio Nordestino e outros do gênero saíram da CBS em 86, quando a gravadora, preferindo apostar nos internacionais Michael Jackson e Júlio Iglesias, alegou que estava em dificuldades.

O trabalho de Elino Julião tem um perfil regionalista muito transparente, que o caracteriza como um "autêntico cantor do nordeste". Ele tem extrema facilidade em compor a respeito das particularidades do seu povo, dos fatos do cotidiano. Um prático. Faz música de ouvido, letra e melodia. O seu forró é considerado genuinamente "Pé -de- Serra" dos melhores. Ele é conhecido como um dos artistas que mais participa das populares coletâneas de música junina, os "Pau- de- sebo".

Nos mais diversificados locais que se acenda uma fogueira, seja no sertão ou nas vilas suburbanas das grandes cidades, o repertório obrigatório ainda é o de Julião, como foi demonstrado no São João deste ano em Natal e interiores. Elino, é um homem, simples. Não é exagero mencionar que carrega na fala e no gesto a pureza e espontaneidade do verdadeiro sertanejo. O falar doce e manso traduz um romantismo que toca o coração, sem usar de maiores prolixidades.

TRANSCRITO (parte): http://www.letras.com.br/biografia/elino-juliao

Um comentário:

  1. O Elino Julião participou do meu programa da Tv-Cultura, canal 2 em São Paulo, denominado Chapeu de Couro lá pelo ano de 1965, onde todos os grandes artistas nordestinos tambem se apresentaram.
    Luiz Gonzaga apresentou comigo (Jorge Paulo) esse programa em 1969 na Tv-Bandeirantes, durante alguns meses, patrocinado pelas Lojas UltilBras.
    abraço Jorge Paulo

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